terça-feira, abril 26, 2011

Adrian Borland - 12 anos de saudade


Faz hoje 12 anos que desapareceu um dos génios da música pop. A 26 de Abril de 1999, um Adrian Borland perturbado, a contas com mais uma depressão, entra na estação de Wimbledon e atira-se para debaixo de um comboio. Morreu assim de uma forma bastante trágica trágica o mentor de projectos como The Outsiders, Second Layer, Honolulu Mountain Daffodils, White Rose Transmission, ou os memoráveis The Sound.

A biografia do Adrian Be (como carinhosamente era tratado por Mark Burgess, dos Chameleons, que lhe dedicou esta música) é muito vasta, e seriam necessários muitos posts para dar conta de todos os projectos onde esteve envolvido, quer como músico, quer como produtor. Assim, vamos cingir-nos à sua carreira a solo.

E esta começa precisamente pouco tempo depois da extinção dos The Sound. O Adrian reúne-se então em 1989 aos Citizens, que engloba notáveis como o Colvin Meyers (The Sound), Anthony Thistlethwaite, Nick Robbins e John Metcalfe (Goodbye Mr. Mackenzie) e lança um primeiro álbum, Alexandria, que não fica atrás em termos de qualidade do que fez com a anterior banda. Aliás, este álbum é a sequência lógica ao derradeiro álbum dos Sound, Thunder up. Nessa altura é também lançado um single, Beneath the big wheel, que atinge agora preços astronómicos nos sites de leilões.

O tema Rogue beauty, um dos mais belos do álbum, aparece também em variadas compilações, trazendo algum reconhecimento ao Adrian.


Em 1992, ainda com os Citizens, surge um novo álbum, Brittle heaven. Menos inspirado que o anterior, o disco envereda por uma sonoridade bastante mais pop. Surge também um single, All the words. Apesar disso, não foi ainda desta que o Adrian conseguiu atingir a fama ou o mediatismo, que diga-se a verdade, nunca procurou.
Passados mais 2 anos, agora já sem os Citizens, surge aquele que é considerado como o melhor disco a solo do Adrian, Beautiful ammunition. O disco é um desfilar de verdadeiras pérolas, desde o tema inicial, Re-united states of love, passando pelos brilhantes Bbreak my fall, Past full of shadows e In passing ( que inspirou uma das páginas do site Brittle Heaven).


1995 é mais um ano grande para o Adrian, não só porque lança mais um excelente álbum, Cinematic, mas também porque inicia a sua colaboração com o Carlo Van Putten (Convent) e o Mark Burgess (The Chameleons) no projecto White Rose Transmission.

Do álbum fazem parte algumas das melhores composições do Adrian. Bright white light e Neon and stone destacam-se das demais.  É também nesse ano que sai mais uma compilação, Cinematic overview, que incluí temas não só da carreira a solo do Adrian, mas também das suas bandas anteriores. Para quem não conhece a obra deste senhor, é uma boa maneira de se iniciar, embora este seja mais um dos items que pela sua raridade, atinge somas astronómicas no Ebay.

A partir daqui o Adrian passa por mais alguns períodos bastante tumultuosos, cumninando com inúmeras depressões, e que mais tarde levariam ao seu suícidio. Mesmo assim, ainda antes da sua morte, é lançado mais um álbum a solo, 5:00 AM e um pouco inspirado single, Over the under. Apesar da doença do Adrian já se fazer sentir, ele ainda é capaz de lançar temas brilhantes como Stray bullets ou Baby moon.

Para Maio de 1999 estava planeado um concerto dos White Rose Transmission. No entanto o mesmo nunca chegou a contar com a participação do Adrian. Ainda que abalados com a morte do amigo, Carlo van Putten e o Mark Burgess resolveram á mesma avançar com o concerto que deu origem a um bootleg, que constituí hoje em dia a maior raridade relacionada com o Adrian (Presence é o nome do disco). O concerto (e o cd) termina com uma versão muito emotiva do hino dos The Sound, Winning, cantando apenas duma forma muito sentida pelo Carlo.

Após a sua morte são lançados mais 3 cd's com demos e versões inacabadas de composições nas quais o Adrian estava a trabalhar. Um dos álbuns, The last days of the rain machine, incluí o tema Dead guitars, que mais tarde deu origem ao nome de mais uma banda do Carlo van Putten.

Incluí ainda aquela, que na minha opinião, é o melhor tema do Adrian, Walking in the opposite direction, mais tarde recuperado num tema mais polido, num dos álbuns dos White Rose Transmission.



Discografia a solo:

Alexandria (1989)
Beneath the big wheel (1989)
Brittle heaven (1992)
All the words (1992)
Beautiful ammunition (1994)
Cinematic (1995)
Cinematic overview (1995)
5:00 AM (1997)
Over the under (1997)
The last days of the rain machine (2000)
Harmony & destruction (2002)
The Amsterdam tapes (2006)  

9 comentários:

  1. Pois é André, que dizer de uma mente profícua como a de Adrian, respirava inteligência, inspiração, devoção e tudo o que de melhor podia nos dar, mas infelizmente correu muito malna fase final, sabes faz-me um pouco lembrar também o Billy Mackenzie, quando não se esperava, ficámos sem eles.
    O Obrigado a Borland e a ti claro.
    Abraço.

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  2. Sim, o Billy também foi uma grande perda. Os melhores vão desaparecendo... E o Kirk Brandon também não está nada bem... :(

    Abraço

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  3. Podes crer, como está ele? e a Poly styrene, já foi hoje, uma pena, mas é a vida.
    Abraço.

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  4. Uma perda irreparável, valha-nos a extensa discografia que nos deixou para nos podermos deleitar.

    Gostei muito do post!
    thanx;)

    Bjs

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  5. Luis, o Kirk saiu hoje do hospital. Vamos ver se o coração recupera de forma a que possa voltar ao activo. Ainda não perdi a esperança de ver Theatre of Hhate / Spear of Destiny em Pportugal...

    Manuela e Caeiro: obrigado :)

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  6. Obrigado André pelo teu "trabalho".

    Mais uma bela "posta"!

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  7. André, sempre que venho cá acabo por ficar a ouvir a última música (em modo repeat) e acabo sempre por não escrever nada... desta vez controlei-me, por um minuto, de modo a conseguir escrever isto... Ah! Obrigada :) Agora vou ouvir a música outra vez e outra vez...

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